Open Innovation para o desenvolvimento de tecnologia robótica no Brasil

Uma pequena empresa de robôs móveis do interior do estado de São Paulo, a XBot, tem colocado em prática o conceito de Open Innovation para realizar seu contínuo processo de desenvolvimento e atualização de sua linha de produtos. A idéia central por trás do Open Innovation ou inovação aberta é que em um mundo com informações distribuídas, empresas não aplicam inteiramente seus recursos em suas pesquisas internas, mas ao invés disso compram ou licenciam processos de inovação (como patentes) de outras empresas ou grupos de pesquisas. A inovação aberta se refere a um fluxo aberto, no qual os recursos se movem facilmente na fronteira entre empresa e mercado. Em linhas gerais, a XBot buscou promover uma rede de relacionamento envolvendo empresas e laboratórios de pesquisas em universidades com foco na geração de soluções e aplicações baseadas em suas plataformas robóticas.

A empresa há três anos fabrica e comercializa robôs móveis para as áreas de educação e entretenimento e segundo seu diretor, Antonio Valerio Netto, doutor em computação pela USP, o grande desafio é manter um alto volume de inovação e incremento das aplicações para atender os diversos interesses dos clientes que adquirem os robôs. Valerio Netto comenta que não seria possível ter uma equipe interna de engenheiros, mestres e doutores focada nesta atividade, pois os custos e as taxas de retorno de investimento são elevados o que encareceria o produto na compra final pelo cliente. Outro caminho adotado pela empresa foi à captação de projetos de fomento à pesquisa junto a órgãos do governo federal, como o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). A empresa obteve nos últimos doze meses investimentos da ordem de R$500mil por meio dos programas RHAE pesquisador na empresa e PNPD (programa nacional de Pós-Doutorado). Com este dinheiro está sendo possível aproximar jovens desenvolvedores para aprimorar os produtos e tornar cada vez mais competitivo os robôs móveis para o mercado. Além disso, a empresa auxilia na formação desses profissionais com conhecimento de tecnologia robótica focado em reais aplicações dessa tecnologia para os mercados que a empresa atua. Este é um passo importante no ciclo educacional do profissional que aprende a teoria dentro das universidades, mas até então não tinha a opção de aplicar e aprimorar este conhecimento teórico adquirido dentro de empresas, pois no Brasil não existia mercado de trabalho para este conhecimento tecnológico multidisciplinar.