Pesquisa

Robôs têm sido fabricados e comercializados há décadas para aplicações industriais – como os braços robóticos utilizados na indústria automobilística desde a década de 1960. Mas, segundo pesquisadores, ainda há um atraso nessa área no Brasil, principalmente nas faculdades de engenharia mecânica, eletrônica e informática, nas quais é necessário importar robôs ou, na ausência deles, simular projetos para o desenvolvimento de pesquisas básicas em robótica.
Nos últimos anos, a área de robótica tem ganhado força no país. Exemplo, é o RoboDeck, voltado à utilização em educação e pesquisa. O modelo é capaz de se adaptar a projetos tanto de estudantes do ensino médio técnico como da graduação e da pós-graduação. O robô é constituído de um hardware básico, formado pelos componentes principais, e um hardware opcional, constituído de módulos como câmara, placa de alta performance e por dispositivos que podem ser acoplados a depender da necessidade de cada projeto. Trata-se de uma plataforma universal e aberta que permite acoplar outros módulos. Isso facilita a pesquisa porque não é necessário partir da estaca zero todas as vezes que se for desenvolver um novo projeto. Permite ainda que professores e alunos direcionem os trabalhos diretamente aos módulos tanto de hardware como de software ou em um algoritmo inteligente, em vez de se preocupar com as ferramentas. O RoboDeck funciona como um sistema operacional de computador, em que cada usuário pode programá-lo de diversas formas. A ideia é que a tecnologia para controlá-lo não seja específica, mas sim aberta. No caso brasileiro, existe um filão com a popularização de softwares livres. Pode-se usar Windows, Linux e reconfigurar o robô para cada pesquisa.
O objetivo é fazer do robô uma ferramenta, de modo que os pesquisadores e estudantes na área não precisem fugir do foco principal, que é a pesquisa. O RoboDeck pode ser controlado remotamente ou funcionar de forma autônoma para realizar tarefas predeterminadas. Nos módulos opcionais pode-se acrescentar placa de alta performance com Linux embarcado que permite, por exemplo, comunicação por meio de tecnologias como wi-fi, bluetooth ou zigbee, além de câmaras com entrada USB, garras mecânicas e motores de direção, entre outros dispositivos.
O RoboDeck ajuda a acelerar o aprendizado com a chamada eletrônica viva. Há 20 anos uma plaquinha eletrônica em cima de uma mesa era algo fantástico para se estudar. Hoje isso não funciona muito. Os alunos ficam livres para pensar a criação de módulos e dissecar o robô em várias partes. Dentro dele, tem eletrônica, mecânica, computação, onde se pode estudar a inteligência computacional.